Não
é que ela goste da solidão, não exatamente, mas ela sabe o quanto é bom passar
alguns momentos sozinha... É no silêncio da solidão que ela é capaz de ouvir
seus próprios pensamentos e conversar consigo mesma sobre a vida e tudo o que
nela está contido... O problema é que, por conversar demais apenas com ela
acaba acostumando-se a fazer o mesmo quando está acompanhada, e “falar sozinha”
é coisa de “gente doida”... Mas, quem foi que disse que ela é normal? Quem
disse que quer ser? Aliás, o que é ser normal?
Foi
reconhecendo suas loucuras e aprendendo a lidar com elas que essa menina chegou
onde está e tornou-se quem ela é, e é assim que ela sabe aonde ainda quer
chegar... Nem todos gostam, isso é fato; ela sabe que tem muita gente que a
acha estranha mas, sinceramente, ela já passou da fase de se preocupar com a
opinião das pessoas sobre ela e o que ela faz... Com o tempo ela aprendeu que
não pode moldar quem é baseada na opinião de pessoas que não a conhecem e nem
se importam com ela...
Foi
nas suas conversas particulares que ela reconheceu sua essência e ponderou
sobre quem poderia conhecê-la também... São poucas as pessoas que conhecem suas
loucuras e que, apesar de acharem-na um pouco estranha também, conseguem
compreendê-la, ou ao menos aceita-la; e foi convivendo com essas mesmas pessoas
que ela descobriu que, apesar de gostar dos seus momentos de solidão, não
deseja que eles sejam constantes...
Estar
sozinha de vez em quando é bom, mas ser sozinha é muito ruim... Ela aprendeu
que a vida é mais do que simplesmente viver, a vida também é conviver... E
encontrar pessoas que aceitam e desejam viver e conviver conosco também é um
dos melhores presentes que podemos receber, apesar de nem sempre darmos o
devido valor... Mas ela aprendeu a valorizar
e só deseja que outras pessoas aprendam também...