quinta-feira, 28 de abril de 2016

Utopia

Tive um sonho estranho... Sonhei com um mundo bem diferente do que vemos hoje, mas a real diferença estava em cada ser humano... As pessoas se respeitavam, eram capazes de se colocar no lugar do outro... As pessoas eram capazes de amar, sonhavam e buscavam seus sonhos sem derrubar ninguém no caminho, erravam, eram perdoadas, aprendiam com os próprios erros e também a perdoar... Havia harmonia em todos os lugares, havia paz entre os homens, havia amor em cada vida... Não havia preconceitos, mágoas, vingança...
Sonhei com um mundo em que a natureza era respeitada, em que a sustentabilidade foi realmente colocada em prática, em que os animais eram livres e amados também... Não havia poluição, desmatamento, queimadas...
As pessoas ajudavam umas às outras sem interesse, apenas por bondade, por amor... Entenderam que a vida é frágil demais para se preocupar mais com as coisas do que com as pessoas... Perceberam que para viver em harmonia não é preciso muito, basta fazer aos outros o que gostariam que fizessem a eles caso estivessem naquela situação...  Sim, foi apenas um sonho... O mundo era perfeito porque as pessoas aprenderam a amar...

Quem dera pudéssemos aprender a amar verdadeiramente uns aos outros... Utopia? Talvez... Mas uma coisa é certa: eu nunca deixarei de sonhar...

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Sozinha...

   Ela estava sozinha... Estava cercada por uma multidão mas, ainda assim, estava sozinha... Precisava falar, conversar, dizer o que estava sentindo, mas ninguém escutava, ninguém prestava atenção; ela estava sozinha... Ela tentava explicar, mas as pessoas não faziam a mínima questão de entender, enquanto ela fazia o máximo para entender todo mundo...
   Até que um dia ela cansou... Até que um dia ela entendeu que não estava sozinha, que tinha a ela mesma, e que iria perdê-la (ou perder-se) se continuasse ali, cercada por pessoas que a viam, mas não enxergavam, que a escutavam, mas eram incapazes de ouvir... Ela percebeu que precisava se resgatar, então se afastou...
   Ela simplesmente se afastou, não se importou se perceberiam sua ausência, pois sempre quis que notassem sua presença mas eles nunca foram capazes disso... Ela sentiria falta de todos, de qualquer forma, mas era a única maneira de salvar-se... Ela descobriu que era necessário afastar-se de todos para que pudesse aproximar-se de si mesma; ela precisava conhecer quem ela era, descobrir-se, inventar-se...
   E assim ela descobriu seu próprio valor, inventou-se e reinventou-se diversas vezes até que se tornasse quem realmente queria ser, até tornar-se quem ela era de verdade... Hoje ela sabe que seu valor não é medido pelas atitudes dos outros, mas pelas próprias; sabe que sempre é possível encontrar alguém realmente interessado em conversar com ela, em deixá-la falar o que sente, mesmo que, às vezes, esse alguém seja apenas seu diário, ou seu espelho...
    Ela descobriu que nunca esteve realmente sozinha, e então foi capaz de voltar... Poucos perceberam sua mudança, mas ela não se importou, pois aprendeu que a atenção - ou a falta de atenção, que seja - não é realmente importante... Ela aprendeu a se proteger, a conviver sem depender, e agora é capaz de cuidar de si e de quem quer que precise sem medo de perder-se pois
sabe exatamente onde encontrar-se novamente, se necessário...