quinta-feira, 14 de julho de 2016

Viver para agradar(?)

                Gostar de agradar as pessoas não é um erro, pelo menos, não exatamente... O erro começa quando o “agradar aos outros” se torna mais importante do que o “agradar a si mesmo”... Você deixa de fazer o que gosta pra agradar aos seus pais, faz algo de que não gosta para agradar os amigos, deixa de fazer algo que lhe agrada para agradar o namorado, ou namorada, e nessa brincadeira você corre um sério risco de se perder...
            Você faz tanto pelos outros e para os outros que, em um determinado momento, já não sabe mais o que você gosta ou deixa de gostar, quais atividades lhe agradam ou não, o que você quer ou não fazer... Você se torna uma pessoa legal, que nunca desaponta ninguém, e de quem todos gostam, mas nunca será capaz de saber quem realmente gosta de você...
            Talvez um dia você se olhe no espelho e duvide até de que goste de si mesmo... Talvez esse personagem que você criou, esse lindo fantoche que você se tornou nas mãos das pessoas que te rodeiam, se torne alguém insuportável para você... Você pode não saber como ou porque isso tudo começou, mas deve saber que isso não precisa continuar da forma que está...
            Não é necessário se rebelar e, do nada, começar a contrariar todo mundo, mas é preciso se conhecer... Saber o que você gosta, o que você quer, quem você é... Agradar aos outros não é um erro, mas não permita que essa atitude transforme, ou destrua, quem você é de verdade... Permita-se viver a sua vida e sentir-se satisfeito e feliz, ao menos de vez em quando, e tente não se perder vivendo apenas a vida de outras pessoas, você não precisa agradar apenas para ser aceito por todos... Seja quem você é de verdade, e os que são verdadeiros permanecerão com você...

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Viver e Conviver...

     Não é que ela goste da solidão, não exatamente, mas ela sabe o quanto é bom passar alguns momentos sozinha... É no silêncio da solidão que ela é capaz de ouvir seus próprios pensamentos e conversar consigo mesma sobre a vida e tudo o que nela está contido... O problema é que, por conversar demais apenas com ela acaba acostumando-se a fazer o mesmo quando está acompanhada, e “falar sozinha” é coisa de “gente doida”... Mas, quem foi que disse que ela é normal? Quem disse que quer ser? Aliás, o que é ser normal?
     Foi reconhecendo suas loucuras e aprendendo a lidar com elas que essa menina chegou onde está e tornou-se quem ela é, e é assim que ela sabe aonde ainda quer chegar... Nem todos gostam, isso é fato; ela sabe que tem muita gente que a acha estranha mas, sinceramente, ela já passou da fase de se preocupar com a opinião das pessoas sobre ela e o que ela faz... Com o tempo ela aprendeu que não pode moldar quem é baseada na opinião de pessoas que não a conhecem e nem se importam com ela...
       Foi nas suas conversas particulares que ela reconheceu sua essência e ponderou sobre quem poderia conhecê-la também... São poucas as pessoas que conhecem suas loucuras e que, apesar de acharem-na um pouco estranha também, conseguem compreendê-la, ou ao menos aceita-la; e foi convivendo com essas mesmas pessoas que ela descobriu que, apesar de gostar dos seus momentos de solidão, não deseja que eles sejam constantes...
      Estar sozinha de vez em quando é bom, mas ser sozinha é muito ruim... Ela aprendeu que a vida é mais do que simplesmente viver, a vida também é conviver... E encontrar pessoas que aceitam e desejam viver e conviver conosco também é um dos melhores presentes que podemos receber, apesar de nem sempre darmos o devido valor... Mas ela aprendeu a valorizar

e só deseja que outras pessoas aprendam também...

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Seguir em frente...

         É engraçada a forma como a vida acontece... Você planeja algo e, do nada, tudo acontece de forma completamente diferente do que você tinha planejado... Você sonha e faz diversos planos quando criança e aí você cresce e descobre que o mundo é um lugar bem mais feio e cruel do que você tinha imaginado, que as pessoas podem ser muito más e que o amor, com o qual você tanto sonhou, pode te machucar e te fazer sofrer... Conforme a vida vai passando e pregando suas peças você vai percebendo que viver pode ser bem mais difícil do que você imaginou...
         Mas, felizmente, nem sempre é assim... Por mais difícil que tudo possa parecer sempre há esperança, sempre há um lado bom em todas as situações e, nos poucos casos em que o lado bom é tão mínimo a ponto de ser quase impossível enxergá-lo, ainda há a esperança de um depois, afinal, nunca se sabe o que um acontecimento ou uma situação podem gerar...
         Nosso maior desafio é ser capaz de enxergar isso... Conforme vamos crescendo e passando pela vida – ou talvez seja a vida que passe por nós – tendemos a perder a capacidade de enxergar e perceber a alegria que há nas pequenas coisas, quanto mais velhos mais rapidamente perdemos a esperança... Perdemos a esperança em nós mesmos, nas pessoas, na vida, no amor...
         Mas há sempre algo além do que podemos ver, é preciso saber perceber... É preciso acreditar... Acreditar que ainda há esperanças, que as coisas ainda podem ser melhores... É preciso ter fé na vida, na humanidade, no amor, por mais que tudo pareça estar perdido... E é preciso ter fé em nós mesmos, pois há sempre a possibilidade de um recomeço, haverá sempre um novo caminho a seguir, só é preciso ter coragem de seguir em frente...

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Utopia

Tive um sonho estranho... Sonhei com um mundo bem diferente do que vemos hoje, mas a real diferença estava em cada ser humano... As pessoas se respeitavam, eram capazes de se colocar no lugar do outro... As pessoas eram capazes de amar, sonhavam e buscavam seus sonhos sem derrubar ninguém no caminho, erravam, eram perdoadas, aprendiam com os próprios erros e também a perdoar... Havia harmonia em todos os lugares, havia paz entre os homens, havia amor em cada vida... Não havia preconceitos, mágoas, vingança...
Sonhei com um mundo em que a natureza era respeitada, em que a sustentabilidade foi realmente colocada em prática, em que os animais eram livres e amados também... Não havia poluição, desmatamento, queimadas...
As pessoas ajudavam umas às outras sem interesse, apenas por bondade, por amor... Entenderam que a vida é frágil demais para se preocupar mais com as coisas do que com as pessoas... Perceberam que para viver em harmonia não é preciso muito, basta fazer aos outros o que gostariam que fizessem a eles caso estivessem naquela situação...  Sim, foi apenas um sonho... O mundo era perfeito porque as pessoas aprenderam a amar...

Quem dera pudéssemos aprender a amar verdadeiramente uns aos outros... Utopia? Talvez... Mas uma coisa é certa: eu nunca deixarei de sonhar...

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Sozinha...

   Ela estava sozinha... Estava cercada por uma multidão mas, ainda assim, estava sozinha... Precisava falar, conversar, dizer o que estava sentindo, mas ninguém escutava, ninguém prestava atenção; ela estava sozinha... Ela tentava explicar, mas as pessoas não faziam a mínima questão de entender, enquanto ela fazia o máximo para entender todo mundo...
   Até que um dia ela cansou... Até que um dia ela entendeu que não estava sozinha, que tinha a ela mesma, e que iria perdê-la (ou perder-se) se continuasse ali, cercada por pessoas que a viam, mas não enxergavam, que a escutavam, mas eram incapazes de ouvir... Ela percebeu que precisava se resgatar, então se afastou...
   Ela simplesmente se afastou, não se importou se perceberiam sua ausência, pois sempre quis que notassem sua presença mas eles nunca foram capazes disso... Ela sentiria falta de todos, de qualquer forma, mas era a única maneira de salvar-se... Ela descobriu que era necessário afastar-se de todos para que pudesse aproximar-se de si mesma; ela precisava conhecer quem ela era, descobrir-se, inventar-se...
   E assim ela descobriu seu próprio valor, inventou-se e reinventou-se diversas vezes até que se tornasse quem realmente queria ser, até tornar-se quem ela era de verdade... Hoje ela sabe que seu valor não é medido pelas atitudes dos outros, mas pelas próprias; sabe que sempre é possível encontrar alguém realmente interessado em conversar com ela, em deixá-la falar o que sente, mesmo que, às vezes, esse alguém seja apenas seu diário, ou seu espelho...
    Ela descobriu que nunca esteve realmente sozinha, e então foi capaz de voltar... Poucos perceberam sua mudança, mas ela não se importou, pois aprendeu que a atenção - ou a falta de atenção, que seja - não é realmente importante... Ela aprendeu a se proteger, a conviver sem depender, e agora é capaz de cuidar de si e de quem quer que precise sem medo de perder-se pois
sabe exatamente onde encontrar-se novamente, se necessário...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Felizes para Sempre...

  Ela sempre acreditou no amor... Não que esperasse um príncipe num cavalo branco, bailes, castelos e coisas desse tipo, mas contos de fadas sempre estiveram presentes em seus sonhos... Ela sempre acreditou que sonhos podem ser reais... Mas, com o tempo, viu muitas situações que a fizeram não querer acreditar mais em nada disso, e então ela mentia... Mentia para os outros e para ela mesma, dizia que o amor não era como nos filmes, que ela não sonhava com um casamento e uma família feliz, ela se forçou a acreditar que o amor não era pra ela...
  Cresceu vendo pessoas se apaixonarem apenas para ter o coração partido; vendo pessoas jurar amor eterno e tempos depois trair, abandonar sem nem olhar para trás; então decidiu que isso não era pra ela, que ela não tinha nascido para o amor, muito menos pra sofrer por ele... Mas, nós não mandamos em nossos corações, e então ela se apaixonou, algumas vezes chorou, e contra tudo o que tinha falado e prometido a si mesma por muito tempo, ela sofreu por amor...
  Então veio o medo... Medo de gostar de alguém que não gostasse dela; medo de se apaixonar e ser abandonada; medo de se expor, de sentir-se vulnerável, de demonstrar seus sentimentos e, inconscientemente - ou não - ela se afastava antes... Ela se afastava por medo da pessoa se afastar, escondia o que sentia de verdade por medo de se aproveitarem, fazia sofrer por medo de que a fizessem sofrer... Então veio o medo de sentir, o medo de amar...
   Mas, apesar do medo, o amor sempre esteve nela, e seu maior sonho era poder amar sem medo... No fundo de seu coração ela desejava viver seu sonho, viver um grande amor... E ela sabia que, um dia, alguém seria capaz de ajudá-la a superar todos os medos e, apesar dos altos e baixos da vida, juntos eles encontrariam o caminho do seu "felizes para sempre"...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Tudo o que Sou...

Muitas vezes parece-me que perdi todas as forças... Tento acreditar que tudo vai ficar bem, e então percebo que minha fé também está se esgotando... Deus é a fonte da minha fé e da minha força, mas às vezes sinto-me tão fraca e vazia que não tenho forças nem mesmo para pedir ajuda... E o pior é que, analisando friamente, quando consigo me afastar da situação e "observar de fora" percebo que, apesar de alguns problemas, tenho tudo o que preciso... Tenho onde morar, o que comer, o que vestir...
Não digo que tenho uma vida ótima, mas tenho uma vida boa... Olhando ao redor vejo que tem pessoas que estão em situações muito piores que a minha e, muitas vezes, elas parecem mais satisfeitas que eu, e então eu me sinto mal... Sinto-me mal por não ser grata pelo que tenho, por reclamar tanto de tudo, por me sentir tão esgotada e cansada de tudo... Sinto-me mal por perceber que posso me sentir feliz e agradecida pelo que tenho, mas em geral não consigo... Sinto-me mal por me sentir tão mal com tudo, e acabo indo mais fundo nesse incômodo, neste vazio que se aloja no meu peito...
  Preciso mudar, mas gasto energia demais tentando mostrar pra todo mundo que estou bem, e acaba não restando quase nada... Resta apenas o desânimo, a tristeza, a ingratidão... Resta apenas o que não mostro a ninguém por achar feio demais, o que não quero guardar, mas que acabo guardando por ser o que me restou de mim...
E é esse pouco, que é o que tenho, que entrego a Deus... Todas as noites, de joelhos, sozinha no silêncio de meu quarto escuro, recolho o que sobrou e entrego a Ele, ou ao menos tento fazer isso em meio às lágrimas... É minha única esperança de ser alguém melhor do que sou, de preencher esse vazio que tanto me incomoda pois, mesmo fraca, mesmo não tendo mais muita fé, ainda sei que Ele cuidará de mim, apesar de ser tão pouco o que tenho a entregar, pois Ele sabe que é tudo o que tenho, que é tudo o que sou... Ele é o único capaz de me restaurar, de me devolver a mim...